sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Canção da Despedida - Geraldo Vandré

Esse sou eu tocando uma música do Geraldo da época da ditadura militar.
Espero que gostem!

http://www.youtube.com/watch?v=CYXrv1-wVNQ

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Uni-verso

Um só, mas que contém tudo

domingo, 4 de setembro de 2011

Soneto dos Trovões

Espadas que pelo fogo afiadas
Rasgam profundamente a escuridão
Correntezas flutuam picotadas
E não se escuta um único trovão

Onde os colocaram? Onde estarão?
Estarão nas secas grutas cavadas
Pela água abandonada em vãos do chão
E que são, pela luz, desabitadas?

Mais um raio e o solo se apavora
Sopra o vento com a rouca garganta
Reverbera um som grave e se agiganta

Faça de tudo para irem embora!
Trovões, água e raios, não quero velos
Transformando sonhos em pesadelos!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Soneto da Revolução

Quero pôr fogo na capela inteira
Mostrar o nosso império decadente
Expor nossa condição deprimente
E jogar esse lixo na fogueira

Ninguém escapa desse fogo ardente
Nem crente, pastor, padre, bispo ou freira
Serão os primeiros a cair da beira
Do precipício à lava incandescente

Constroem suas igrejas sagradas
Com minérios e pedras lapidadas
Enquanto de fome morrem os pobres

Será o inferno que acreditam tanto
Acabando com tudo o que é santo
Libertando-nos da sina e dos nobres

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Soneto das Vozes

Escutei todas as vozes do mundo
Mas não reconheci nenhuma delas
Escute-ias por um longo segundo
E depois se calaram em suas celas

Deixaram seus ecos todas aquelas
Que já sofreram de um choque profundo
Essas serão sempre as vozes mais belas
Que caminharam neste mundo imundo

Todas as vozes, em celas trancadas,
Sujas, grotescas, perdidas, frustradas
Cantam gritando, sempre dissonando:

"Não temos almas e nem corações,
Temos a lógica e nossas razões
E a leve impressão que o fim vem chegando."

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Versos Solitários

I

Eu vou correndo a luz da lua cheia
E nisso o vento traz a sua voz
Enquanto o rio deságua tão atroz
Em minha face, o rio em cheia anseia.

O sino soa á meia noite e meia
Em si se perde as águas lá na foz.
E assim se encontra o coração a sós
Que pelas veias sangue não bombeia.

II

Em seu lamento espero julgamento:
Por quanto tempo terei de aguentar?
E quantos anos terão de passar?
Eu inocento o tempo e jogo ao vento.

E nessa angústia estendida ao relento
Os dias vão como quem quer ficar
Na solidão que está no caminhar
Das boas notas no andamento lendo.

III

Ser um ser só sendo só sem sentido
É ser escasso, simplório e distante,
Visto que somos somente no instante
Que suplicamos o tempo perdido.

Se em solidão você fica escondido
Não saberá o que é que te espera avante,
Quero coragem e seguir adiante
Para saber a que venho vivido.

domingo, 14 de agosto de 2011

Soneto de um Papel

Mais um pedaço de papel apenas
Onde podem desenhar e escrever
Escrever sempre com letras pequenas
Para que outros não consigam ler

Pintam e esboçam o que querem ter
Usam pincéis, carvão, lápis e penas
Gravam segredos querendo esconder
Sempre evitando usar palavras plenas

Quem além de escrever ama o que escreve
Cria com o papel um elo estável
E romances românticos descreve

Porém quando o papel é descartável
Cruelmente amassado, quem se atreve?
Um coração seria reciclável?